É o tempo da Grande Mãe

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quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Analisando o mito de Arianrhod




Por Pendragon


O mito da deusa Arianrhod contado no Mabonogion, uma coletânea de contos galeses, começa falando de Math, um deus celeste amaldiçoado a manter os pés no colo de uma virgem quando não estivesse em guerra. Essa virgem é Goewin.


Goewin encarna aqui a terra e a soberania. É ela quem dá a Math o direito de reinar. Ao mesmo tempo, ela é a ponte que liga o céu e a terra, o mundo físico e o espiritual.

A mulher enquanto sagrada é a única que pode fazer essa ligação.

Porém a terra a terra é profanada pelo homem (Goewin é estuprada pelo sobrinho de Math). Com isso a ligação entre o céu e a terra é desfeita.

Só uma mulher pode refazer essa ponte. É aqui que entra Arianrhod, senhora do céu estrelado, deusa dos ciclos e tecelã do destino.

Porém ao passar pelo teste de Math para provar sua virgindade, Arianrhod dá a luz dois filhos: Dylan e Lleu.


Arianrhod rejeita os filhos e amaldiçoa Lleu com três geasas, proibições. Não ter nome, não portar armas e não ter uma esposa da raça dos homens.


Por meio de magia Gwydion, irmão de Arianrhod, quebra as proibições impostas pela deusa.

O que num primeiro momento pode parecer um ato cruel da deusa deve ser visto com cautela.

Arianrhod é uma deusa soberana, empoderada, senhora de si mesma. além disso, ela é uma deusa das iniciações. Ao colocar essas proibições sobre o filho, Arianrhod como a iniciadora, Lleu dá início assim a sua jornada que só será completada por sua esposa Blodeuwedd.

Arianrhod coloca essas geasas sobre Lleu não por maldade mas para torná-lo mais forte. Somente superando esses tabus, Lleu se tornará completo.


A lição que fica para nós ao ler esse mito  é que somente através das dificuldades que encontramos no caminho que podemos prosperar. Somente superando os obstáculos que podemos mostrar nosso valor e assim sermos pessoas fortes, capazes e honradas.