O altar:
O Altar é o ponto focal do Bruxo. É para onde
são direcionadas as energias durante um ritual ou sortilégio. Os quatro
elementos sempre estão representados de alguma forma sobre o Altar. É nele que
se realizam todas as operações ritualísticas. Um altar wiccaniano não precisa
ser ostentoso. Qualquer superfície plana, até mesmo o chão, pode servir para
que um altar seja montado. A maioria dos altares usualmente possui água, sal,
incenso, sino, flores e figuras, ou duas velas, que representam a Deusa-Mãe e o
Deus Cornífero. Geralmente é voltado para o ponto cardeal norte, o quadrante
mais importante da Bruxaria, ou posicionado no centro do Círculo Mágico. Os
Bruxos sempre deixam seu altar montado, mas ele pode ser desmontado e remontado
a cada ritual.
Um altar é, antes d tudo, o ponto de conexão
ou adoração a sua deidade. Não que essa deidade não possa ser acessado sem a
existência do altar, mas fundamentalmente o trabalho será extremamente
simplificado com ele. Esse altar deverá ser o ponto onde residirão seus
instrumentos mágicos. Como qualquer altar, para que mantenha essa conexão ativa
com essa deidade, dependerá de dois fatores:
— Culto
— Oferenda
Por meio do culto, considerando esse espaço um
espaço REAL de conexão com as deidades, estaremos doando a importante matéria
da energia psíquica. Nossos deuses compreendem a linguagem da emoção, e como
tal, o altar deverá ser o ponto de envio e recepção dessas mensagens
emocionais.
Já as oferendas doam a matéria etérea
(ectoplasma) tão necessárias as manifestações físicas que desejamos com a
magia. Em absolutamente uma maioria de religiões, as oferendas são a forma de
permuta e agradecimento pelas “graças” recebidas. Conheça bem seu panteão de
culto e seus gostos. Gardner dizia:
“Pois em magia nada se consegue sem que algo
seja dado em troca!”.
Oferendas são sempre essa moeda de troca.
Os
instrumentos do altar são:
— Athame:
Pronunciado A-TÂ-ME e não Á-TA-ME, este talvez
seja o Instrumento mais importante de um Bruxo. Trata-se de um punhal de fio
duplo e de cabo preto. Hoje, vários outros tipos de facas - que vão desde as
usadas para acampar, até as mais artísticas - são utilizadas como Athames. É
com ele que o Bruxo traça o Círculo Mágico, invoca os poderes, direciona a
energia ou consagra os utensílios que serão usados durante o ritual.
Tradicionalmente, uma pessoa não tem direito de usar um Athame até que tenha
passado pelo ritual de Iniciação. É geralmente inscrito com símbolos mágicos em
seu cabo e mantido embainhado enquanto não é usado. Em algumas Tradições, o
Athame só é usado ritualisticamente, em outras, é utilizado para todas as
finalidades mágicas. Ele simboliza o elemento Ar sobre o altar. Em certas
Tradições é o símbolo do Fogo.
— Bolline:
É uma faca de cabo branco, utilizada pelo
Bruxo para colher ervas, entalhar símbolos em velas, confeccionar talismãs,
cortar comida ritual etc. Pode-se dizer que é o Athame multiuso do Bruxo.
Muitas vezes, o Bolline é feito de prata e possui a forma de uma pequena foice.
É utilizada para o corte de substâncias físicas.
Entalhes de velas, corte de ervas, etc. Ligado ao elemento Ar.
— Caldeirão:
Símbolo do útero da Deusa. Feito em metal
negro (afinal, metal conduz energia e o negro simboliza a Deusa, que já existia
antes de todas as coisas). Nele, assim como no útero feminino, são promovidas
as grandes metamorfoses (poções, queimas, etc.). Possui tradicionalmente três
pequenos pés, cada um representando uma face da Deusa tríplice (Donzela, Mãe e
Anciã). Ligado ao elemento Água.
— Pentáculo:
O Pentáculo é freqüentemente feito de madeira
ou metal. É usado para carregar energeticamente ervas, talismãs, objetos e
acessórios que serão usados num ritual, conferindo poder e força aos
utensílios. Um Pentáculo sempre possui um Pentagrama inscrito e em algumas
Tradições, como a Gardneriana e a Alexandrina, é gravado com outros símbolos
mágicos que representam a Deusa, o Deus e o mundo, entre outras coisas. Ponto
central do altar. Normalmente ligado ao elemento Terra.
— Cálice:
O Cálice é um dos símbolos do Sagrado Feminino
e do ventre da Deusa. É usado para conter vinho, água e demais líquidos que
forem utilizados nos ritos. Pode ser de pedra-sabão, madeira, cristal ou de
qualquer outro material que pareça agradável aos olhos do Bruxo. Cálices de
metal não são recomendáveis, já que podem fazer o vinho sofrer reação química e
causar graves danos. Também representa o útero da Deusa, poder divino do
Feminino. Ligado ao elemento Água.
— Vassoura:
Instrumento que agrega ambos os gêneros,
representados no cabo (falo) e nas palhas (vagina). Usada para limpeza das
áreas onde se procederão os rituais. Nos tempos antigos existiam cerimônias de
fertilidade em que o bruxo acreditava que, estando com as vassouras entre as
pernas (local onde se encontram os órgãos da criação), com palhas voltadas para
frente, correndo entre os campos semeados e pulando, quanto mais alto fosse o
seu pulo e as palhas alcançassem, mais altas seriam suas plantações e, por esse
motivo, mais farta na sua colheita. Daí a crença de que bruxos voavam em
vassouras.
—Velas:
São utensílios indispensáveis para rituais,
que simbolizam a ativação dos desejos, pedidos e a presença dos Deuses.
Geralmente, ao menos duas velas são utilizadas sobre o Altar (uma para
representar a Deusa e outra para representar o Deus). Usam-se também mais
quatro - uma para cada quadrante. As cores de velas usadas durante o ritual
podem ser alteradas dependendo do propósito do rito. Colocá-las sempre em
castiçais ou utensílios à prova de fogo é uma atitude sábia, pois uma vela
caída acidentalmente sobre uma toalha, tapete ou mesa de madeira pode causar
incêndios. Ligada ao elemento fogo.
—Varinha Mágica ou Bastão:
Feita de metal ou madeira, tem as mesmas finalidades do athame, sendo que tem sua representatividade ligada ao elemento Fogo. Pode ser normalmente substituída por uma vela de sete dias colocada ao sul do altar.Seu uso é semelhante ao do Athame, ou seja,
para traçar símbolos no ar ou no solo, consagrar alimentos e invocar,
direcionar ou manipular energias. Um Bastão é quase sempre confeccionado com
madeira ou metal. Tradicionalmente, tem o tamanho que vai do cotovelo à ponta
do dedo médio. É o símbolo do elemento fogo sobre o altar. Algumas Tradições,
no entanto, conferem-lhe a virtude de representar o ar.
—Incensório:
É usado para conter o incenso que será usado
no ritual e carregado por toda a sala onde um rito será realizado, para que a
fumaça do incenso purifique o local. Seus modelos podem ir desde os turíbulos
tradicionais, aos modernos porta-incensos de madeira.
—Incensos
:
Acredita-se que a fumaça criada pelos incensos
elevam nossos desejos e palavras ao mundo dos Deuses. Além de propiciarem um
agradável aroma no local em que se está trabalhando magicamente, os incensos
purificam e harmonizam o ambiente. Diferentes rituais requerem diferentes
aromas de incenso.
—Manto ou Tabardos:
Enquanto alguns Bruxos preferem fazer seus
rituais vestidos de Lua(nudez), outros optam por trabalhar com vestes cerimoniais. O preto é a cor
padrão, mas muitas vezes outras cores também são utilizadas. Alguns Covens usam
vermelho para Lua cheia e branco para aqueles que ainda estão em período de
aprendizado'. Geralmente, um manto é confeccionado com fibras naturais. Cuidado
é aconselhável sempre ao se realizar rituais com essas vestes, principalmente
se não forem feitas com tecidos à prova de fogo.
—Cordões:
Muitos Bruxos usam cordas de várias cores. O
tamanho dos cordões geralmente é de nove pés (três metros), o tamanho
tradicional do Círculo Mágico. Muitas vezes são usados como parte integrante de
feitiços ou podem simplesmente ser o próprio feitiço em si quando trabalhadas
corretamente. O Feitiço mais tradicional é o dos nós, no qual um número
específico de nós é atado ao longo do cordão, enquanto se recitam encantamentos
e afirmações. Em geral, um Bruxo tem nove cordões de cores diferentes, cada uma
com um significado específico.
—Sino:
É usado
para marcar o início e o fim dos rituais ou para chamar a atenção dos membros
do Coven para algum momento importante do ritual. Acredita-se que vibre deste
para outro plano, criando uma ponte em que a comunicação entre Deuses e homens
torna-se possível.
—Livro das Sombras:
O Livro das Sombras é o Diário Mágico do
Bruxo, no qual registra seus avanços, suas descobertas e tentativas. Quando se
faz parte de um Coven é comum haver um Livro das Sombras específico que é copiado
por todos os Iniciados e que revela os ritos sagrados da Tradição no qual se
foi Iniciado. Geralmente, o Livro das Sombras possui a capa e a contracapa
pretas.Lembrando que Livros das sombras difere de Grimório
—Grimório:
O grimório é um livro exclusivamente de
feitiços,encantos e invocações,é um intrumento para bruxos mais experientes,que
já tem um carga maior de sabedoria,ele deve ser confeccionado,inteiramente
pelas mãos do bruxo enquanto esse invoca seus poderes e energias,o grimório
normalmente é algo secreto que só o seu
dono tem acesso.
Consagrando os Instrumentos Mágicos
Toda matéria é facilmente impregnada por
energias. Um simples toque, carregado de carga emocional e psíquica, é o
bastante para a impregnação de um objeto. Assim, não aconselhamos que coloque
diretamente um objeto comprado em seu altar. Você poderá estar colocando
energias não muito saudáveis em contato direto com sua deidade ou em seu ponto
de conexão e culto com a mesma. O mesmo em seus trabalhos de magia. Todo e
qualquer objeto que fará parte de seu culto e prática deverá se consagrado e
purificado, possibilitando assim que as energias anteriormente impregnadas
sejam purificadas e substituídas por sua energia pessoal.
Ritual de Consagração
Se tiver consagrado todos os instrumentos
mágicos pela primeira vez, arrume seu altar conforme indicado anteriormente. Um
erro freqüentemente cometido seria o de afirmar ser necessária a criação de um
espaço mágicko (círculo) para a consagração de instrumentos. Veremos adiante
que a principal função de um círculo é a de tornar determinado espaço
extrafísico compatível para a recepção das energias dos Deuses. Num ato de
consagração não teremos a necessidade de evocar as energias divinas. Além do
que, já se perguntou como poderia abrir esse espaço sem suas ferramentas
devidamente consagradas? Um paradoxo! Altar pronto com vela do sul acesa,
incensos queimando, um pote com água e sal. Pegue o instrumento, nesse caso com
seu athame, enterre a ponta da lâmina no pote e diga:
“Eu te consagro e abençôo pelo místico e
antigo elemento terra. Para que obtenhas dele Suas características de firmeza,
materialização e resistência. Que possa ser capaz de direcionar as energias
evocadas com fertilidade!”
Proceda da mesma forma com cada um dos
elementos na ordem: Terra, Ar, Fogo e Água. Apenas lembre-se de desejar para
cada instrumento suas características próprias, bem como as características do
próprio elemento. Terminada essa parte, pegue o instrumento, concentre-se no
desejo de purificação do mesmo e sopre três vezes sobre ele (sopro frio,
normal) para purificação. Mais adiante nesta obra explicaremos a diferença do
que chamamos de respiração ódica, entre o sopro frio e o sopro quente. Seus
instrumentos estarão consagrados. Lembre-se de sempre reconsagrá-los caso uma
pessoa toque nos mesmos. Mas não devemos nos tornar “hipomagíackos”
(hipocondríacos de magia). Se seu gato ou seu filho tocarem esses instrumentos,
não existe a necessidade de uma reconsagração.
Blessed Be
Sacerdotisa Janah
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